Sinceramente, hoje vim aqui pra colocar tudo para fora, dar adeus ao rancor e tudo que me sufoca. Tudo o que minha garganta deixa engasgar. Me deitei novamente triste hoje, um dia ruim, como outros por aí, mas com um pouco mais de sentido e caos. Me lembrei que é dito, escrever acalma, rasga a alma, é quase como gritar um "Vai Safadão" bem alto. Então escrevi, estou escrevendo, escrevo, sem parar.
Hoje me vi num dia de férias querendo voltar a rotina, esquematizando tudo, fazendo projetos, querendo agir. Percebi, como boa observadora que sou, coisas que não queria, mas que precisavam ser vistas por mim mesma para crer. Me dei conta que nem sempre o que queremos é que o destino quer e acredite, o que ele não nos dá no hoje, nos reserva ainda melhor no amanhã. Descobri que agradeço por ter sido um dia ruim, talvez depois eu ria de tudo isso e perceba o quanto fui tola. Enxerguei que sou grata pela sinceridade que posso ter comigo e com a vida, sou o que sou e o que sinto. Consigo agora entender que um sorriso é algo óbvio mas a lágrima é enigmática e com motivo e existência somente seus. Então hoje me deixe aqui, no meu canto só e breu, cantando cantos que tu não sabes, chorando por bobagens, tentando me auto- reconstruir e assistindo longa- metragens.
Agora que estou mais calma escrevo bonito, mas amigo, te confesso aqui, se eu escrevesse nestas linhas há exatos 15 minutos atrás, só haveria as amarguras mais profundas da alma de uma louca desvairada para preencher o vazio desta folha.
Saio desse dia grata. Aprendendo que tristeza é amiga de boas lições. Tristeza é passagem e guia para outras estradas. Tristeza também é companheira, e às vezes, precisa de um afago.
Doces amarguras de um dia ruim (Nayane Dal-Ri)
É Você (Nadhia Dantas)
Vem, corre comigo na chuva, me abraça do jeito que só você sabe me abraçar, brinca com o meu cabelo e me pega no colo. Foge comigo?
Quero deitar na grama e descobrir desenhos em nuvens. Espero que céu esteja estrelado hoje à noite, pois farei um pedido: que os nossos olhares nunca percam o brilho quando se cruzam.
Pegue suas coisas, vamos fugir para uma cidade desconhecida e chamar todos para o nosso casamento, o mundo precisa saber desse amor. Meu coração tem pressa, já até sei de qual lado nossa cama ficará no quarto. E eu ficarei com o lado da parede, ok? Não vejo a hora de acordar todos os dias ao teu lado e velar teu sono: és tão lindo dormindo.
Vem cá, fala coisas ao pé do ouvido, me faz suspirar, me deixar adivinhar o que você está imaginando. Chega mais perto, diz que eu sou sua e que daqui há 50 anos falará a mesma coisa. Quero fazer um álbum das nossas Bodas de Ouro. Contarei para os nossos futuros netos de como nos conhecemos. Falarei que você implicava demais comigo, mas que descobriu que essa implicância, na verdade era amor reprimido. Quantas pessoas no mundo podem estar implicando umas com as outras nesse momento, sem terem a mínima ideia de que isso pode ser amor? Bom, é um assunto para um outro momento, agora somos nós, só nós.
E quer saber? Não te troco por nada! Quem cantará nas horas mais difíceis para que eu me distraia e ria da voz desafinada que tens? Até nas dificuldades sabes ser único. Quem podia imaginar que serias o dono das curvas do meu sorriso? Na verdade, acho que nem você imaginava, rs.
Já faz um ano que eu não falo "Poxa, por que eu não encontro alguém especial?", passei a perguntar "O que eu fiz de tão bom nessa vida, para receber todo esse carinho, meu Deus?".
Eu não sei qual será o próximo filme que assistirei, para qual destino será minha próxima viagem, nem o que comerei no jantar de hoje, mas sei quem eu quero que me espere no altar, que passará noites em claro com choros de bebê ao fundo e irá comigo nos bailinhos da terceira idade: você.
Crônica: Certos do incerto
Talvez fosse muito cedo pra falar o que a gente realmente sentia. Talvez nem a gente sabia. O que você sentia, pra começar? Era sempre um mistério. Era sempre como um enigma descobrir o que você estava pensando. Eu gostava de te olhar, de imaginar que você um dia sentiria o mesmo que eu, e mesmo que, talvez eu estivesse enganada, eu gostava de pensar na gente, num futuro próximo. Um futuro incerto. Talvez a gente não começou certo. A gente sabe o que passou pra estar aqui, a gente sabe dos corações que ferimos, só pra gente ficar junto. E mesmo sem ter alguma certeza, a gente sabia que só queria estar junto. A gente queria andar junto. Eu, você e a nossa incerteza. Era tudo que a gente construiu; tudo que tínhamos era a certeza da nossa incerteza.
Desabafo de uma Coulrofóbica (Nadhia Dantas)
Me amarra em uma cadeira, me tranca em uma sala onde esteja passando o falsete da Mc Melody na TV, mas não me leve ao circo. Não me pergunte de onde originou esse medo, nem o motivo, acredito que seja porque eles são criaturas extremamente bizarras, muito mais bizarras que o meu amigo que acabou de tatuar o globo ocular. Os palhaços são perigosos, e aquela maquiagem falsiane serve para esconder o que eles mais querem: nos matar.
Já analisou o jeito que eles nos olham e nos sorriem como se fossem psicopatas? Já parou para imaginar que aquelas roupas largas e coloridas, nos faz lembrar o fim do arco-íris em que encontramos o pote de ouro, mas que na verdade encontraremos o caminho das trevas? Repare no olhar de uma criança quando um palhaço se aproxima: ela o olha fixamente, e depois de segundos, abre o berreiro. Esse é um sinal de alerta. Fiquem espertos.
A fantasia é o escudo. Por trás daquela “alegria”, há um outro tipo de energia (do mal) camuflada, e convenhamos, o palhaço tem total autonomia para fazer o que quiser com seus expectadores. “Olha lá, ele está ateando fogo no moço” “Imagina, é tudo truque, faz parte do número!”. Sabe quando tem aquela festinha de aniversário que as crianças perguntam se terá palhaço e pulam de alegria quando respondem que sim? Eu pergunto já para saber se terei condições de ir ou não. Confesso que tenho mais medo desses seres, do que ser refém de bandido quando estou tomando banho sozinha em casa. Imaginou você pelada na rua, com uma arma na cabeça? Sim, frustrante, mas ainda prefiro o “nude” fora do Snapchat, do que o Patatá diabólico.
Pensando bem, acredito que eu pratico masoquismo comigo mesma. Comprei o livro “It- A Coisa”, do Stephen King, para quem não sabe, a história é baseada no filme de terror que fez sucesso nos anos 90 sobre um palhaço que costumava matar as pessoas. Ainda não li, mas pode ter certeza que os capítulos serão “apreciados” só enquanto o sol estiver atravessando a fresta da janela refletindo na porta do quarto.
Já tentei acreditar que tudo isso não passa de uma paranoia, mas esqueço de todas as possibilidades, quando encontro um deles dançando com pernas de pau em frente às concessionárias de carros, afinal, eles tem algum tipo de pacto com essa galera? Toda inauguração tem um palhaço na frente, já repararam? Certo dia, vi vários fazendo a coreografia do aviãozinho em uma loja dessas. Dança do diabo.
Será que a pessoa que se fantasia disso, não tem pesadelo com ela mesmo? Ah! E se eu encontro a pessoa descaracterizada, a desconfiança é a mesma. Desculpa mundo! E desde criança até hoje, eu vou ao Mc Donalds, sem muito olhar para os cardápios, painéis e afins. O Ronald Mcdonald me apavora.
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