Crônica: Talvez (Laís Happel)

Hoje é sábado, talvez eu chore. Talvez a chuva que cai lá fora seja soma das lágrimas que caem aqui dentro. Talvez você venha e leve contigo o tempo nublado que insiste em pairar sob minha cabeça, tirando toda a beleza que, um dia eu tive. Não que dias cinzentos não tenham beleza. Eles têm. Mas eu prefiro os dias em que o sol é mais forte, radiando cores e perfumes.

É que em dias ensolarados, tenho a sensação que tudo acabara bem, assim, não me importaria se nada acontecesse agora. Mas é horrível passar um dia sem ter certeza de nada. Tudo é incerteza, tudo é talvez, tudo pode ser como pode não ser. Posso amar hoje e deixar de assim fazê-lo amanhã. Mas o que dizem por ai é que metade de mim é incerteza, e que sorrio quando te vejo. Talvez seja amor. Ou talvez medo da solidão.

Medo de ficar só. Tão sozinha que a própria respiração é canto e resposta para qualquer dialogo ensaiado por uma mente tão barulhenta que com o tempo, se cala. Se cala por ter resposta pra tudo. Se  cala querendo falar.  Se cala querendo gritar que tudo o que o coração deseja é amar. Amar. Sem preocupar-se com o amanhã. Amar como se não houvesse amanhã.



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