Crônica: Amar Sozinha (Laís Happel)

Ela amou. Era uma mistura de romancista e tola. Tola. Tola. Tola. Ela queria apenas uma coisa. Ele. Apenas isso. E o que ela tinha? Promessas.

Promessas de que ele voltaria, promessas de que seria diferente. Mas convenhamos, o que não deu certo uma vez, não dará frutos concretos num futuro prospero. Poderemos voltar, mas nada do que tínhamos sera igual. E quando tudo que se tinha, eram apenas promessas?

E o pior: eu me via nela. Aquela menina frágil, sonhando com o príncipe encantado, era na verdade, uma cópia fiel do que fui. Mal sabia eu (e ela), que príncipes encantados não existem. E que o sapatinho de cristal só ira cair de seu pé, se comprares um sapato de número maior.

Era ingênua demais, pequena demais. Vivia num mundo de incertas, onde a unica incerteza certa, era de que o amor era reciproco e que, bem eles estavam destinados ao tão esperado "felizes para sempre".

Poderia alertar, poderia colocar as mãos em seus ombros e dizer: ACORDA! VOCÊ NÃO VIVE NUM CONTO DE FADAS.
Poderia dar-lhe mil e um motivos para deixar de tanta tolice. De tentar fazê-la  sorrir. Estava na cara que, as intenções dele não eram nem de longe, tão puras e sonhadoras como as dela.
Ela queria acordar. Mas também queria continuar fantasiando algo, que não deveria ser sonhado. Ela queria o toque, sem ter que ficar imaginando o abandono. Ela queria o beijo demorado, sem ter que pensar em qual momento ele iria acabar.

Ela queria saber a verdade, sem precisar se machucar. Mesmo sabendo que, "machucar" era algo inevitável, quando resolveu amar sozinha.

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