Crônica: Não julgues meu amor (Raisa Krazewsky)

Ninguém ama do mesmo jeito. E ponto. Não me venhas com palavras esculpidas com o propósito de uniformizar meu amor. Eu amo do meu jeito. Você do seu. 
Não me venhas com uma lista de coisas que não devo fazer em um relacionamento. Tu não me conheces. Não conheces minha maneira de me relacionar. Ame do seu jeito. Se teu jeito de amar é seguindo listas, siga-as.
Meu amor é livre
Não me prendo a detalhes listados. Já tenho que me adequar a tudo, mas para o amor não. O amor é para mim a coisa mais livre de se viver. É se entregar do seu jeito, sendo por completo ou pela metade. O amor é o que te permite entregar-se inteiro.
Agora, repito: se você não se dá por completo, não me venhas dizer que estou me entregando demais. Das coisas que faço, sei eu. Se posso me magoar? Sim. Se vou me arrepender? Não. Por quê? Porque arrepender-se do amor não é coisa que se faça. 
Você pode se arrepender de muitas coisas, mas não de amar. O que você chama de “arrepender-se de amar” é apenas um enorme sentimento de tristeza por não ter dado certo. Mas ame novamente. Entregue-se, deixe-se levar. Pode doer? Sim. Mas, assim como amar, cada um sente a dor de um jeito. Não é o amor que machuca, é a saudade, é a falta, é a tristeza. Se você quiser seguir listas, siga-as. Não vou lhe impor meu jeito de amar. Mas só lhe digo uma coisa: nessa realidade de meias verdades, de meias pessoas, você não terá um amor inteiro se não se entregar por completo.

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