Confessionário Sacral (Nayane Dal-Ri)



Hoje eu só queria alguém pra sentar na beirada da cama comigo e ser carne viva, sem receios, sem medos. Confessar mágoas, corações partidos, obscuridades, alegrias, sóis- poentes, dias bons. Queria transformar meu quarto num confessionário sacral. Estaria ali alguém completo de alma. Um dissertador. Repleto de amor à vida.

Alguém que não tivesse os mesmos gostos, as mesmas crenças e nem devaneios mas, alguém que tivesse ouvidos abertos. Com simplicidade, me ajudasse a aguentar as verdades e as besteiras que a mente inventa.

Sei que o mundo nos faz forte mas nada fortalece mais do que alguém pra dividir o peso. Alguém que não me regasse conselhos mas sim, um afago porque já sabe, a vida muitas vezes cansa por si só. Não queria um companheiro, nem um amor indelével, queria outrem sem pressa, cheio de tempo pra perder só com palavras. Queria alguém que pudesse me ouvir sem desinteresse e se houvesse interesse, que fosse por querer- me bem. Queria alguém pra compartilhar a solidão. Um alguém que me beija- se a alma não com belas palavras mas, com a sinceridade presente nelas.

Queria igualmente, alguém pra poder ouvir, nada é melhor do que saber que suas alegrias e incertezas não são só suas, saber que a vida não se faz tão egoísta e que cada um somente a enfrenta da forma que quer.

Só queria alguém pra não mais falar só, alguém pra passar quiçá um momento, quiçá uma vida. Alguém pra sentar na beirada da cama e brindar à vida comigo.



"Como brisa à me beijar

Teu carinho me protege. 

Me abraça, me derrete ao brincar 

Como o mar no IceBerg"



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