Crônica: Não solte a minha mão (Raisa Krazewsky)

Ei, vou dizer baixinho mais uma vez: não solte a minha mão. Não desamarre as coisas que você amarrou em mim, não esvazie o lugar quentinho que você tem em meu coração. Meu corpo se moldou ao seu abraço, não o deixe só – por favor
Eu te deixo livre para ir, mas peço que não vá. Eu gosto de te ter por perto, eu gosto de te fazer rir, gosto de cuidar de ti, gosto de planejar contigo, de assistir filmes que nunca terminamos, de tomar cerveja puro malte, de me embolar em você, de almoçar com seus pais, de comer brigadeiro de leite em pó. 

Gosto de te provocar rindo do tempo que você leva para calçar o tênis. 

Não sei quanto tempo levaria para me acostumar se não pudesse mais ouvir você bufar ou te fazer cafuné na barba. Eu não sei como eu seria sem você. Não me leve a mal, eu me amo por mim só. Mas eu me amo muito mais com você. Você desperta o melhor em mim, afinal, com quem mais eu riria tanto do Tifanofauvo Vex? 
Quando mergulho nos seus braços, prendo a respiração e desejo nunca mais sair dali, então, vamos combinar mais uma coisa? Eu não solto o seu abraço e você não solta a minha mão. Eu lhe escuto e você me encanta com a sua voz. Eu erro a letra da música e você corrige. Eu me desentendo, você aceita minhas desculpas. Você se desentende, eu aceito também. Nós nos desentendemos, nós nos beijamos. Permita que a sua voz preencha os meus cantos vazios e que meu carinho afaste de ti o que não desejas. Deixe eu descobrir sobre mim o que ainda não sei, e então, por favor, permita que eu segure forte a sua mão.

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