Crônica: Julgando amor pela capa (Nayane Dal-Ri)

 
 Às vezes me encontro ali, entre minha monotonia de rotina e minha loucura. Por descuido e descontrole de minha sanidade, ouço alguém julgando o amor pela capa, mal sabe que entre amor e pessoa amada há muito a se discernir. Ali me sinto um ser- paradoxo num mundo de desprovidos de amor, o próprio claro. Eu, que queria tanto um amor. Eu que queria alguém que me prendesse mais do que os amores de ônibus. Eu que queria que o destino me concedesse mais dias em que o teto e a luz apagada me fizessem lembrar do gosto de beijo. Eu que queria alguém tanto quanto eu, de braços abertos ao amor e ao sofrimento que vem de brinde. Eu que queria um qualquer mas, que pra mim e, somente pra mim fosse diferente. Eu, que só queria alguém.

Sei que é um clichê do mundo amar mas, acredito que o meu mundo anda meio indiferente às suas próprias expectativas. Enxergo hoje, o quanto é importante o sofrer e o sorrir por amor, o quanto faz falta, o quanto eu queria de volta.

Não vou dizer que não há lado bom, amo andar só, filosofar comigo, criar teorias que nunca se cumprirão mas, que em meu mundo paralelo, existem. Amo ser livre, ter meu próprio cantinho-breu mas, te confesso de canto de ouvido, eu queria o dividir com alguém. Vê se me encontra em qualquer esquina, porque o que mais me dói em ti amor, é a tua falta.
   

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